CONHEÇA OS BENEFÍCIOS DA DIETA VEGETARIANA

Agora que você sabe bem o que é o vegetarianismo, conhece os benefícios de uma dieta vegetariana para sua saúde:

Estudos populacionais

Os estudos não demonstram aumento da prevalência de nenhuma doença crônica degenerativa não transmissível em populações vegetarianas. Por outro lado, encontra-se resultados positivos, como redução dos níveis sérios de colesterol, redução de risco e prevalência de doença cardiovascular, hipertensão arterial, diversos tipos de câncer e diabete tipo 2.

Antioxidantes

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Dentre as modificações orgânicas encontradas em vegetarianos, as alterações relacionadas à defesa antioxidante são marcantes e fundamentais para a compreensão de diversos resultados encontrados em estudos populacionais. Os vegetarianos apresentam nível sérico mais elevado de diversos antioxidantes, atividade de SOD (superóxido-dismutase), maior proteção contra a oxidação das lipoproteínas e maior estabilidade genômica. Os vegetarianos que recebem a suplementação de vitamina B12 tendem a ter níveis menos elevados de homocisteína, o que reduz a formação de radicais livres. Alguns autores demonstraram índice menor de aterogenicidade, peroxidação lipídica e oxidação.

Obesidade

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Estudos populacionais demonstram Índice de Massa Corporal (IMC) menor dos vegetarianos em comparação com onívoros. Isso não significa que a dieta vegetariana leve a perda de peso e emagrecimento, mas pode indicar uma maior preocupação dessa população com a saúde, que escolheria melhor os alimentos.

A tendência é pensar que vegetarianos estritos são mais magros que ovolactovegetarianos. Apesar de ser verdade na maioria dos estudos, em alguns casos o vegetariano estrito pode ter IMC maior do que o ovolactovegetariano, pois tudo depende da escolha dietética. A dieta vegetariana pode levar ao emagrecimento, à manutenção do peso e como também à obesidade. Tudo depende da elaboração da dieta, escolha dos alimentos e da composição metabólica do indivíduo.

Doenças cardiovasculares

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É fato que os níveis de colesterol são menores em vegetarianos, assim como a redução de peroxidação lipídica secundária ao melhor estado antioxidante, mas não são apenas esses níveis que determinam a menor prevalência de doenças cardiovasculares nos vegetarianos. De fato, os vegetarianos apresentam uma resposta à vasodilatação melhor que a dos onívoros, por maior integridade endotelial. Além disso, o perfil lipídico e, sobretudo, inflamatório seria um fator importante dessa proteção.

Uma resenha de nove estudos demonstrou que, comparados aos onívoros, os ovolactovegetarianos apresentam redução de 14% do nível sérico de colesterol e os vegetarianos estritos, 35%. Essa diferença persiste mesmo com o ajuste do IMC . Um amplo estudo de corte demonstrou redução de 24% da incidência de doença cardiovascular isquêmica em ovolactovegetarianos e de 57% em veganos, quando comparados a onívoros.

A adoção da dieta vegetariana por longo período contribui para o menor espessamento da camada interior das carótidas com o envelhecimento. Mesmo com nível mais elevado de homocisteína, os vegetarianos apresentam menor risco cardiovascular. Isso não suprime a necessidade de ajuste dos níveis de homocisteína com o uso de vitamina B12, que deve ser sempre acompanhada por um profissional da saúde.

Hipertensão arterial sistêmica (HAS)

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A maioria dos estudos demonstra redução da prevalência de HAS em populações vegetarianas. Os menores valores de pressão arterial foram encontrados em vegetarianos estritos. Um estudo demonstrou que a prevalência de HAS era de 13% em vegetarianos e de 42% em não vegetarianos. Outro estudo avaliou o nível de pressão arterial de 98 vegetarianos comparado ao de onívoros e encontrou valores significativamente mais baixos nos vegetarianos.

A HAS (definida pelo estudo como valor acima de 160 x 95 mmHg) foi encontrada em 2% dos vegetarianos e em 26% dos não vegetarianos.

Essa diferença persiste mesmo quando se consideram na avaliação IMC, tabagismo e histórico familiar. O nível médio de pressão arterial encontrado foi de 126 x 77 mmHg nos vegetarianos e de 147 x 88 mmHg nos onívoros.

Diabete tipo 2

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Na observação da incidência de diabete e no seu tratamento, a dieta vegetariana apresenta resultados impactantes. O uso de carnes e embutidos tem resultado negativo no diabete, mesmo após ajustes de IMC, quantidade calórica ingerida e atividade física. Os estudos com adventistas do sétimo dia, que têm consumo de álcool e tabagismo mais baixos e atividade física equivalente, demonstram que os onívoros apresentam o dobro da incidência de diabete tipo 2.

Um estudo de coorte demonstrou que, a cada porção ingerida, o risco de diabete aumentava em 26% quando a porção era de carne vermelha e 38% a 73% quando era de embutidos. Os vegetarianos apresentam glicemia e insulinemia mais baixas em jejum, além de maior sensibilidade à insulina. A dieta e o IMC são parcialmente responsáveis pelo resultado. Um estudo com 15.200 homens e 26.187 mulheres adventistas demonstrou que a dieta vegetariana está diretamente associada à redução da prevalência de diabete tipo 2. A dieta vegetariana estrita com elevada porcentagem de carboidratos complexos fornece elementos positivos para o controle metabólico de indivíduos com diabetes tipo 2.

Síndrome metabólica

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Conforme os achados de trabalhos que avaliaram variáveis separadas referentes à síndrome metabólica, espera-se que ela seja menos prevalente nos vegetarianos. De fato, um estudo com 773 indivíduos adventistas (com idade média de 60 anos) demonstrou que a ocorrência de síndrome metabólica em vegetarianos tem menor prevalência, mesmo após ajuste de estilo de vida e fatores demográficos.

Câncer

Há alguns estudos que demonstram menor prevalência de diversos tipos de câncer em populações vegetarianas. Isso pode se dever ao IMC menor, ao melhor estado antioxidante e inflamatório e ao nível menor de insulina encontrado em vegetarianos. O consumo de quantidade excessiva de alimentos cárneos está ligado a maior incidência de diversos tipos de câncer. Apesar de a maioria dos estudos demonstrar menor incidência de câncer de cólon em vegetarianos, um estudo apontou menor incidência de câncer de forma geral na população vegetariana, mas aumento do câncer de cólon.

Algumas metanálises avaliaram o impacto do maior consumo de carne sobre o risco de câncer de intestino grosso (cólon e reto). Foi demonstrado que o aumento de 100 g de carne (de qualquer tipo) ingerida diariamente está associado ao aumento de 12% a 17% do risco de câncer de cólon e reto. O aumento diário de ingestão de 25 g de carne processada está associado ao aumento de 49% do risco de câncer de cólon e reto. Por outro lado, o consumo de verduras, frutas e cereais integrais se associa à prevenção de diversos tipos de câncer.

Com o devido planejamento, as dietas vegetarianas são seguras, como qualquer dieta com ou sem carne. Quando bem planejadas, como todas devem ser, as dietas vegetarianas promovem o crescimento e desenvolvimento adequados e podem ser adotadas em qualquer ciclo da vida, inclusive na gestação e na infância. As dietas vegetarianas trazem resultados benéficos na prevenção e no tratamento de diversas doenças crônico-degenerativas não transmissíveis.

Não há estudos demonstrando aumento de doenças em grupos vegetarianos. Os nutrientes que exigem atenção na prescrição do cardápio para o ovolactovegetariano são ferro, zinco, e ômega-3. Na dieta vegetariana estrita também deve se dar atenção à vitamina B12 e ao cálcio. Na dieta vegetariana estrita, as fontes de cálcio devem ser priorizadas. As bebidas vegetais fortificadas com cálcio são opções para substituir o leite de vaca. Os demais alimentos mais ricos em cálcio podem ser encontrados ao longo do texto, neste parecer.

Você já conhecia os benefícios da dieta vegetariana? Você já é vegetariano ou pensa em aderir essa dieta? Conte para gente nos comentários!